quarta-feira, maio 28, 2014

Perfeita Alegria


Cultivar os valores evangélicos da justiça, da misericórdia, da compaixão e da caridade.

Cultivar os valores típicos franciscanos: fraternidade, qualidade das relações, integração entre o feminino e masculino, cuidado, alteridade, cortesia, paciência, cordialidade, criatividade, simplicidade, minoridade, beleza e bondade, sabedoria, ternura, alegria, serviço, atenção aos sinais dos tempos, utopia e acolhimento.


  • O entendimento do Humano como um ser sagrado;
  • Promoção de uma cultura de paz;
  • Pluralidade cultural: abertura e acolhida ao diferente;
  • Postura ecumênica e diálogo inter-religioso;
  • Superação da discriminação e do preconceito de qualquer natureza;
  • Postura ética, exercício do bem comum;
  • A política como exercício do bem comum;
  • Respeito à dignidade da pessoa, à sua autonomia e ao seu direito a serviços de qualidade.


Reflexão a partir do texto sobre a Perfeita Alegria, I Fioretti – Do ensinamento de Fr. Francisco a Fr. Leão que a Alegria Perfeita se encontra na Cruz.

1. 0 texto nos fala de uma experiência, que surgiu na paixão de uma procura na qual Francisco foi afeiçoado. Podemos dividi-lo em três partes:

a) A primeira parte diz que a Perfeita Alegria não consiste no fazer do homem.
b) A segunda parte nos apresenta a Perfeita Alegria, como o caminhar que se manifesta em cada passo da caminhada como concreção de si mesmo.
c) A Terceira parte nos mostra a conclusão do texto: a Perfeita Alegria é a Cruz que se manifesta no vencer-se a si mesmo.

2. Francisco, na primeira parte do texto, nomeia para Frei Leão uma série de obras extraordinárias e diz que mesmo que o frade menor consiga realizá-las em sua vida, nisto não está a Perfeita Alegria. Com isso, ele quer dizer que a Perfeita Alegria não vem do homem como tal, não consiste no seu fazer, por mais extraordinário que ele seja. Frei Leão não entende esse modo de falar e, admirado pergunta: “…onde está a Perfeita Alegria?” Aqui começa a segunda parte do texto.

3. Francisco aproveita a viagem de Perusa à Santa Maria dos Anjos, e aí, nesta realidade situacional bem concreta, exemplifica onde está a Perfeita Alegria: “… então se suportarmos tal injúria e tal crueldade, tantos maus tratos, prazenteiramente, sem nos perturbarmos e sem murmurarmos (…) escreve que nisto está a Perfeita Alegria.” (I Fioretti, 23). Em seguida retoma por mais duas vezes o mesmo exemplo insistindo sempre na mesma tecla: A Perfeita Alegria consiste em suportar o que está aí. No exemplo dado ele indica o que suportar e como suportar.

Confrontando as duas primeiras partes do texto, num primeiro relance parece que elas não são muito claras no que afirmam. Primeiro, diz que a Perfeita Alegria não consiste no fazer do homem, mas na relação das obras que ele nomeia, normalmente consideramos como obra de Deus e não do homem. É possível que Francisco nos queira dizer outra coisa; talvez que a Perfeita Alegria não consiste no fazer do homem, simplesmente por ele ter sido agraciado pelo fazer de Deus.

Não é o fazer milagres, o conhecer todas as ciências e o converter os homens à fé cristã o princípio da Perfeita Alegria, ela está numa outra dimensão. Mas acontece que ao afirmar na segunda parte onde ela se encontra, Francisco nos deixa na mesma dúvida, pois dizendo que é preciso suportar injúrias, crueldades, maus tratos sem se perturbar, sem murmurar etc, ele está indicando o que é preciso fazer para estar na Perfeita Alegria. Nesta compreensão do texto, podemos contestá-lo, porque pelo que aparentemente aparece, a Perfeita Alegria está na dependência desse modo de ser, que em última análise, requer o trabalho que o homem faz sobre si mesmo para chegar a este comportamento. Mas será que não é o outro o sentido do fazer neste modo de ser da Perfeita Alegria? Se é, então, a Perfeita Alegria não depende do modo de ser, mas ela é este modo de ser apontado no texto.Vamos tentar ver como se dá o modo de ser da Perfeita Alegria.

4. O texto nos diz que ela consiste em suportarmos toda a realidade da vida que nos surpreende, prazenteiramente, sem nos perturbarmos e sem murmurarmos, etc. Portanto, a porta pela qual Francisco nos introduz à compreensão do que ele expõe está na palavra suportar repetida em cada uma das situações do exemplo dado.

O que significa suportar? – Suportar é o modo de ser que assume toda a realidade situacional que se nos apresenta. Esta realidade é o que somos. Não existe fora de nós. Está inserida no acontecer de cada indivíduo. Suportar o que nas advém é assumir o que somos. A Perfeita Alegria está na positividade deste assumir. A positividade consiste em sermos todo a situação, em penetrarmos e movimentar-nos nela, num envolvimento total em que situados nos tornemos o interior da realidade situacional.

Tornar-se o interior da realidade é ir ao âmago da mesma, é ser todo naquilo que a institui. Francisco diz que, quem está nesta interioridade, suporta a vida com paciência, com alegria, prazenteiramente, sem se perturbar. Neste modo de ser, não existe abertura de possibilidades, mas somos a própria possibilidade que caminha em busca de si mesmo. Isto significa que interioridade deste modo de ser é a própria possibilidade daquilo que se é. Interioridade é o que leva o indivíduo a assumir a sua realidade na tentativa de se descobrir nela. É o que torna possível este processo de caminhada. Parece ser esta a estrutura da realidade situacional, indicada por Francisco no diálogo com Frei Leão.

5. Ambos voltam à Santa Maria dos Anjos. Santa Maria não é um simples lugar, mas o ponto de partida de um encontro onde surgiu o processo da caminhada e, caminhando, explica ao Frei Leão em que consiste o caminho que ele chama de Perfeita Alegria. Ela consiste em assumir toda e qualquer realidade, com todo o peso que a mesma suporta (comporta), insistindo e persistindo nela a fim de penetrá-la para descobrir o sentido que nos constitui nesta realidade que somos nós mesmos.

‘‘Se suportarmos todas estas coisas pacientemente e com alegria, pensando nos sofrimentos de Cristo os quais devemos suportar por seu amor (…) aí e nisto está a Perfeita Alegria” (24).

Já vimos que suportar significa assumir o que somos, aguentar o próprio peso de nós mesmos. Mas não basta isto, é necessário assumirmos pacientemente, com alegria, pensando nos sofrimentos de Cristo.
Assumir pacientemente é ser assumido pelo que nós fazemos, deixando-nos fazer por aquilo que está aí resguardado no acontecer do dia-a-dia.

Assumir na paciência é caminhar vigorosamente para o coração daquilo que nos faz ser o que somos, na realidade em que nos situamos.

Caminhar para o coração é assumir tudo na cordialidade, é se entranhar no que se apresenta na tentativa de ir sempre à sua raiz.

No rigor desta tentativa somos tomados por um vigor que nos lança ao interior de nós mesmos, de modo que, em tudo haja esta penetração envolvente que não se fixa nas aparências da realidade, mas nos completa nela, levando-nos a unicidade de todas as coisas, a partir da cordialidade da vida que aflora em todo o nosso existir.

A Perfeita Alegria é a caminhada que se dá na cordialidade. É o modo de ser daquele que coloca todo seu existir na busca desta interioridade.

A interioridade desta busca é Cruz. Cruz é estar tão dentro de si mesmo que nada mais nos importuna, mas tudo se suporta na solidão da paciência. Nisto está a Paixão de Cristo que devemos pensar, a Cruz na qual podemos nos gloriar.

Frei Vitório Mazzuco, OFM

Fonte do texto: http://www.pvf.com.br/alegriadeviver.html
Fonte da imagem: http://www.vitrinedacosta.com/2013/10/oracao-de-sao-francisco-de-assis.html

segunda-feira, maio 19, 2014

REFLEXÃO: O menino e o cachorro


Um menino entra na lojinha de animais e pergunta o preço dos filhotes à venda.
- Entre 30 e 50 dólares, respondeu o dono.
O menino puxou uns trocados do bolso e disse:
- Mas, eu só tenho 3 dólares… Poderia ver os filhotes?
O dono da loja sorriu e chamou Lady, a mãe dos cachorrinhos, que veio correndo, seguida de cinco bolinhas de pelo. Um dos cachorrinhos vinha mais atrás, com dificuldade, mancando de forma visível.
O menino apontou aquele cachorrinho e perguntou:
- O que é que há com ele? 
O dono da loja explicou que o veterinário tinha examinado e descoberto que ele tinha um problema na junta do quadril (mancaria e andaria devagar para sempre).
O menino se animou e disse com enorme alegria no olhar… 
- Esse é o cachorrinho que eu quero comprar! 
O dono da loja respondeu: 
- Não, você não vai querer comprar esse. Se quiser realmente ficar com ele, eu lhe dou de presente!
O menino emudeceu e, com os olhos marejados de lágrimas, olhou firme para o dono da loja e falou:
- Eu não quero que você o dê para mim. Aquele cachorrinho vale tanto quanto qualquer um dos outros e eu vou pagar tudo.
Na verdade, eu lhe dou 3 dólares agora e 50 centavos por mês, até completar o preço total.
Surpreso, o dono da loja contestou: 
- Você não pode querer realmente comprar este cachorrinho. Ele nunca vai poder correr, pular e brincar com você e com os outros cachorrinhos. 
O menino ficou muito sério, acocorou-se e levantou lentamente a perna esquerda da calça, deixando à mostra a prótese que usava para andar…
Olhou bem para o dono da loja e respondeu: 
- Veja… Não tenho uma perna… Eu não corro muito bem e o cachorrinho vai precisar de alguém que entenda isso.

"Assim é na vida real, as vezes somos como o vendedor de cães. Ao ver alguém diferente achando que é imprestável sem ao menos analisar os valores da vida. No entanto, qualquer que seja o defeito de cada um, uma vez que saiba conviver com ele, adapta-se de forma a poder seguir seu caminho. Jamais coloque seu ponto de vista sobre qualquer diferença que alguém possa apresentar, cada um pode ter uma razão completamente diferente da sua. Aprenda a ver as situações de todos os ângulos possíveis antes de colocar seu próprio julgamento. Compreenda então as razões que motivam as pessoas a agirem de outra forma.
Busque a fraternidade de criar laços… Essa é a qualidade das nossas relações. A pessoa se define pelas relações qualificadas. A fraternidade ajuda a abrir mão de interesses puramente egoístas.
Com humildade que vem de ”Húmus”. A fecundidade que está no subsolo da vitalidade. A força escondida que faz tudo desabrochar. A capacidade de assumir o próprio tamanho sem aparentar ser maior e nem menor do que se é: é a arte de ser o que se é! É a consistência interna que dá tempo para que tudo fecunde, floresça, desabroche. O humilde se submete a qualquer condição. Tem coragem. A humildade está muito ligada ao mistério de cada um.
A justiça é a virtude que induz a cumprir o que é devido como exigência de ordem e harmonia. É fazer conscientemente o dever, o cumprimento, é retidão. É a disposição permanente e dinâmica ao bem-valor. É uma retidão em consonância com a verdade.
Leal é aquele que não se afasta do que realmente vale a pena. É a virtude que traz o companheirismo, dos que caminham juntos na mesma causa.
Respeito e Sensibilidade para perceber a verdade do outro(a), sua qualidade, sua tradição, sua bagagem, sua capacidade. Valorizar tudo e a todos. A beleza que você encontra no diferente de você mesmo é sua. É dizer: “A minha alma agradece por ter encontrado você!”
A Sabedoria vem de sabor. O sábio é aquele que sente o gosto de todas as experiências. Vai com sede e fome na busca intensa do que quer. É a arte de saborear a experiência da Vida. Oferece um conhecimento mais saboroso da verdade. É uma afinidade. A via é o paladar (no plano sutil). É ver com os olhos do próximo. É o conhecimento saboroso da verdade.
E a Simplicidade é a transparência do Humilde. A simplicidade é a revelação visível do húmus; isto é a emergência do Simples. A simplicidade se apoia numa experiência profunda. O simples é natural.
Seja natural.. seja simples.. seja.. você em sua essência.. seja o melhor de você com você mesmo e com o próximo com uma vida… Seja, humano.

Paz e bem a todos! 


Fonte: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=896210897070966&set=a.354789821213079.104427.352978081394253&type=1&theater. 

segunda-feira, maio 12, 2014

Comemoração com as Mães dos Jusfristas




Sempre comemoramos o Dia das Mães com todas as mães da comunidade de São Pedro, mas esse ano, de modo particular, celebramos e homenageamos as nossas mamães, trazendo elas para a nossa reunião.

Para aproximar as mães e os jufristas e nos conhecermos melhor, na dinâmica houve troca de mães e filhos. Durante a socialização, mexemos com a emoção e as lembranças de muitos. Sorrisos e lágrimas surgiram, mas nada de tristeza, essa passou longe graças a Deus.

Após, tivemos um momento formativo com Maria Afonso que nos falou sobre as “As sete dores e as sete alegrias de Maria”, posteriormente mencionou as dores e alegrias de “Ser Mãe”.

Houve ainda exibição de um vídeo do youtube “Trabalho mais difícil do Mundo” cujos entrevistados se emocionaram com a pegadinha do bem. O que nos ajudou a entender, conhecer, louvar e agradecer pelo trabalho árduo das nossas mães para nos criar, educar, formar e, principalmente, nos amar.  

Na sequência, foi exibido a nossa homenagem para as mamães. Um vídeo contendo fotos delas novas e antigas com seus filhos. Encerramos com lanche e entrega de lembrancinhas. E um desejo no coração de que nos próximos anos esse evento se repita e possamos ter a presença dos outros irmãos e de suas mães.

A todas as mamães desse mundo o nosso agradecimento pela sua missão e dedicação, em especial as nossas.

Um abraço fraterno,

Paz e bem!!! 















sábado, maio 03, 2014

Maria nos dá um novo coração

É isso que Maria, a Mãe de Jesus, quer lhe dizer hoje. Ela se aproxima de você, como uma mãe se aproxima de seu filho mais novo, e lhe diz: “Meu filho, olhe para sua Mãe. Junto ao pé da cruz, sobre meus joelhos, colocaram o corpo torturado de meu Filho, Jesus, e eu O abracei. Embora estivesse com o coração despedaçado, louvei ao Pai, entreguei meu Filho morto a Ele e O preparei para a Ressurreição. O mundo, por meio das revistas e novelas de televisão, pinta para você tudo com cores muito atraentes; há toda uma sexualidade inconsequente que gera depravação e divide os lares, destruindo a família".

Maria ainda acrescenta: "Você não foi feito para o mal nem para o pecado. Deus o criou para o amor. Você não foi concebido para a bebida, para as drogas, para o jogo ou o roubo, nem para se aproveitar dos outros a fim de ganhar mais. Você não foi feito para a mentira nem para a hipocrisia, para o ódio ou rancor; como também não foi feito para revoltar-se com si mesmo e com sua família. Não! Você foi criado para amar! Deus, que é amor, habita o seu coração; e você, no fundo, sabe disso. Ao cometer um erro, você sente-se mal, mas não tem coragem de mudar a situação, pois o mundo o tem aliciado demais. O mundo lhe apresentou o caramelo, e, por causa dele, você encontrará a infelicidade. 

"Você foi criado para amar", ensina monsenhor Jonas


Meu filho, minha filha, veja o que o pecado fez com você. No entanto, eu que sou Mãe, tomo-lhe no colo, como tomei o corpo de meu Filho estraçalhado na cruz.Talvez você não tenha errado tanto, mas é infeliz. Vejo a infelicidade em seu lar dividido, pois seu marido é infeliz, sua mulher é neurótica, seu pai é autoritário demais e seu filho muito revoltado. Vejo o coração de pai, de homem, despedaçado, como vejo também seu coração de mãe pequenininho, machucado, ferido.. E eu me compadeço dele.

Contemplo seu coração de jovem que não está feliz com a escola, com o namoro nem com a família. E como estão estraçalhando o seu corpo, sua alma e seu espírito! O mundo só lhe apresentou ódio, sexualidade e prazer mundanos, mas não lhe deu amor. Entrego todo meu amor de Mãe a você, tomando-lhe em meu colo e abraçando-o ternamente. Sinta isso agora. Eu me condoo por você e o acaricio para cicatrizar seu coração ferido. Você precisa muito da minha cura de Mãe. Não fique pensando muito em seus problemas, apenas aceite meu amor. 

Meu Filho quer que eu faça essa obra com Ele e por Ele. Em função disso, em primeiro lugar, é preciso que você acredite no amor de Deus. Ele ama você com o amor mais terno e mais puro. Deus sabe tudo a seu respeito, inclusive de seus pecados. Porém, apesar de tudo, Ele o ama, justamente porque você passou por grandes sofrimentos e tentações na vida. Deus o ama com o amor que uma mãe tem por seu filho doente, acidentado, jogado em uma cama de hospital. E, como Mãe, estou agora tocando e curando seu coração, para que você acredite e aceite o amor do Pai. Não estou apenas consertando o seu coração, mas lhe dando um novo. Receba-o, pois é com ele que eu quero que você caminhe.”

Texto retirado do livro: Consolados por Maria, Monsenhor Jonas Abib

Fonte: http://www.cancaonova.com/portal/canais/pejonas/informativos.php?id=2705

As lições do menino mexicano que queria morrer por Cristo Rei

José Luiz Sanchez Del Río nasceu a 28 de março de 1913, na cidade Sahuayo, província de Michoacan, México. Vivia uma vida comum, como qualquer outro menino do interior do México, até que esta normalidade foi quebrada pela ascensão de Plutarco Elias Calles à chefia do poder daquela nação.
Beato mártir de Cristo Rei: José Luiz Sanchez Del Río
Este presidente tirânico, declaradamente socialista e maçom, empreendeu em todo o país uma das maiores perseguições que a Igreja Católica sofreu no século XX. Com o pretexto de “livrar a nação do fanatismo religioso” (qualquer semelhança não é mera coincidência), Plutarco Calles iniciou uma investida militar contra padres, religiosos e fiéis leigos que demonstrassem qualquer sinal da fé católica. Confiscou todas as Igrejas, prendeu e matou padres, bispos, frades, freiras dentre muitos outros. Após tanta perseguição, um grupo de fiéis católicos viu-se obrigado a pegar em armas para garantir sua sobrevivência. Este conflito ficou conhecido como Cristiada ou Guerra Cristeira, em homenagem aos soldados cristãos que eram conhecidos como Cristeros.
Um dia, ao visitar o túmulo do beato mártir Anacleto González Flores, que havia morrido durante a perseguição de maneira brutal e impiedosa, José Luiz Sanchez Del Río rezou a Deus, pedindo para que ele também pudesse morrer pela manutenção de sua Fé. Então, aos 13 anos de idade, foi procurar o general Prudencio Mendoza, que tinha sua base na vila de Cotija, para que pudesse ingressar no exército cristero. Ao chegar, dirigiu-se ao general que o indagou:
—O que viste fazer aqui meu rapaz? Ele respondeu:
—Vim aqui para morrer por Cristo Rei.
A sinceridade daquelas palavras e o vívido olhar destemido daquele nobre rapaz ressoaram profundamente no coração do general cristero, que autorizou sua entrada na milícia. Ao longo de um ano, José Luiz Sanchez Del Río combateu em muitos confrontos ferozes contra o exército regular do governo comunista e maçom.
Em fevereiro de 1928, cerca de 1 ano após o seu ingresso no exército cristero, o menino e seus confrades foram surpreendidos numa emboscada. José Luiz cedeu seu cavalo ao líder da resistência, sendo capturado pelos sádicos soldados do governo de Plutarco. Na intenção de fazer com que o menino renunciasse sua fé, descamaram a planta de seus pés até as nervura e o amarraram em um cavalo, obrigando-o a andar por cerca de quatorze quilômetros a pé e descalço. Não precisamos aqui dizer o nível de dor que esta pobre criança sentiu, mesmo assim, nos momentos em que as dores lhes eram insuportáveis, o menino cheio da Graça Divina Bradava em voz alta e vigorosa “Viva Cristo Rey e la Virgem de Guadalupe!”
José Luiz Sanchez Del Río no filme Cristiada (For Greater Glory) que retrata a história dos cristeros mexicanos.

Sem sucesso na tentativa de que José Luiz abjurasse de sua fé por meio da dor mais causticante e alucinante possível, os soldados tentaram com intimidá-lo de outra maneira. Ao chegar na vila em que nascera, para ser executado no dia seguinte, os soldados fizeram com que a mãe do menino escrevesse-lhe uma carta pedindo para que ele abjurasse da fé católica, para poder ser solto. José Luiz Sanchez Del Río respondeu assim ao bilhete de sua mãe:
“Minha querida mãe: Fui feito prisioneiro em combate neste dia. Creio que nos momentos atuais vou morrer, mas não importa, nada importa, mãe. Resigna-te à vontade de Deus; eu morro muito feliz porque no fim de tudo isto, morro ao lado de Nosso Senhor. Não te aflijas pela minha morte, que é o que me mortifica. Antes, diz aos meus outros irmãos que sigam o exemplo do mais pequeno, e tu faz a vontade do nosso Deus. Tem coragem e manda-me a tua bênção juntamente com a de meu pai. Saúda a todos pela última vez e tu recebe por último o coração do teu filho que tanto te quer e tanto desejava ver-te antes de morrer”
No dia seguinte, 10 de fevereiro de 1928, uma sexta-feira, o menino que estava prestes a completar 15 anos ofereceu sua vida terrena para não perder a vida eterna ao lado de Jesus Cristo, a quem ele depositou sua fé com bravura e fidelidade.
Precisamos saber que sem demonstrarmos profunda repugnância e asco pelo que destrói nossa Santa Igreja, não somos verdadeiramente cristãos. Não há verdadeiro amor se não há repulsa pelo que imediatamente opõe-se ao que amamos. É impossível pensar em ser católico sem concebermos a possibilidade de darmos nossa vida por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Fonte: https://padrepauloricardo.org/blog/as-licoes-do-menino-mexicano-que-queria-morrer-por-cristo-rei?utm_content=buffer553cf&utm_medium=social&utm_source=facebook.com&utm_campaign=buffer#at_pco=smlwn-1.0&at_si=535fbe73e45e832d&at_ab=per-14&at_pos=0&at_tot=1

quinta-feira, maio 01, 2014

A oração da Ave Maria comentada




Em comunhão com a Santa Mãe de Deus – A ORAÇÃO DA AVE-MARIA

Comentário da Oração da Ave Maria no Catecismo da Igreja Católica
Na oração, o Espírito Santo nos une à Pessoa do Filho Único, em sua humanidade glorificada. Por ela e nela, nossa oração filial entra em comunhão, na Igreja, com a Mãe de Jesus.

A partir do consentimento dado na fé por ocasião da Anunciação e mantido sem hesitação sob a cruz, a maternidade de Maria se estende aos irmãos e às irmãs de seu Filho “que ainda são peregrinos e expostos aos perigos e às misérias”. Jesus, o único Mediador, é o Caminho de nossa oração; Maria, sua Mãe e nossa Mãe, é pura transparência dele. Maria “mostra o Caminho” (“Hodoghitria”), é seu “sinal”, conforme a iconografia tradicional no Oriente e no Ocidente.

A partir dessa cooperação singular de Maria com a ação do Espírito Santo, as Igrejas desenvolveram a oração à santa Mãe de Deus, centrando-a na Pessoa de Cristo manifestada em seus mistérios. Nos inúmeros hinos e antífonas que exprimem essa oração, alternam-se geralmente dois movimentos: um “exalta” o Senhor pelas “grandes coisas” que fez para sua humilde serva e, por meio dela, por todos os seres humanos; o outro confia à Mãe de Jesus as súplicas e louvores dos filhos de Deus, pois ela conhece agora a humanidade que nela é desposada pelo Filho de Deus.

Esse duplo movimento da oração a Maria encontrou uma expressão privilegiada na oração da Ave-Maria: “Ave, Maria (alegra-te, Maria)”. A saudação do anjo Gabriel abre a oração da Ave-Maria. É o próprio Deus que, por intermédio de seu anjo, saúda Maria. Nossa oração ousa retomar a saudação de Maria com o olhar que Deus lançou sobre sua humilde serva, alegrando-nos com a mesma alegria que Deus encontra nela. “Cheia de graça, o Senhor é convosco”. As duas palavras de saudação do anjo se esclarecem mutuamente. Maria é cheia de graça porque o Senhor está com ela. A graça com que ela é cumulada é a presença daquele que é a fonte de toda graça. “Alegra-te, filha de Jerusalém… o Senhor está no meio de ti” (Sf 3,14.17a). Maria, em quem vem habitar o próprio Senhor, é em pessoa a filha de Sião, a Arca da Aliança, o lugar onde reside a glória do Senhor: ela é “a morada de Deus entre os homens” (Ap 21,3).

“Cheia de graça”, e toda dedicada àquele que nela vem habitar e que ela vai dar ao mundo.

“Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus”. Depois da saudação do anjo, tomamos nossa a palavra de Isabel. “Repleta do Espírito Santo” (Lc 1,41), Isabel é a primeira na longa série das gerações que declaram Maria bem-aventurada: “Feliz aquela que creu…” (Lc 1,45): Maria é “bendita entre as mulheres” porque acreditou na realização da palavra do Senhor. Abraão, por sua fé, se tornou uma benção para “todas as nações da terra” (Gn 12,3). Por sua fé, Maria se tornou a mãe dos que crêem, porque, graças a ela, todas as nações da terra recebem Aquele que é a própria benção de Deus: “Bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus”.

“Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós…” Com Isabel também nós nos admiramos: “Donde me vem que a mãe de meu Senhor me visite?” (Lc 1,43). Porque nos dá Jesus, seu filho, Maria é Mãe de Deus e nossa Mãe; podemos lhe confiar todos os nossos cuidados e pedidos: ela reza por nós como rezou por si mesma: “Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). Confiando-nos à sua oração, abandonamo-nos com ela à vontade de Deus: “Seja feita a vossa vontade”.

“Rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte”. Pedindo a Maria que reze por nós, reconhecemo-nos como pobres; pecadores e nos dirigimos à “Mãe de misericórdia”, à Toda Santa. Entregamo-nos a ela “agora”, no hoje de nossas vidas. E nossa confiança aumenta para desde já entregar em suas mãos “a hora de nossa morte”. Que ela esteja então presente, como na morte na Cruz de seu Filho, e que na hora de nossa passagem ela nos acolha como nossa Mãe, para nos conduzir a seu Filho, Jesus, no Paraíso.




Fonte do texto: http://www.franciscanos.org.br/?p=15664
Fonte da imagem 01: http://jorgeafi.blogspot.com.br/2013/05/ave-maria.html
Fonte da imagem 02: http://catequistadecca.blogspot.com.br/2010/02/oracao-da-ave-maria.html